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Um "Universo" onde nós somos tudo e nada, fazemos o possível e o impossível ou então não fazemos nada de todo. E podemos fugir à cruel realidade criando uma realidade paralela bem mais digna dos nossos ideais.
Saudações leitores, hoje escrevo a minha primeira "review" de um álbum, um dos meus favoritos de todos os tempos produzido por uma das minha bandas de eleição, The Clash.
Para começar, gostava de orientar todos aqueles que não conhecem esta banda (deveriam ter vergonha). Os Clash são uma banda punk rock Inglesa, embora o seu estilo tenha evoluído ao longo dos anos e os seus dois primeiros álbuns de estreia sejam os mais punk do seu reportório. Ao longo dos tempos foram acrescentando à sua música estilos como dub, reggae, funk, rockabilly e também podemos encontrar um pouco de country e blues, tornando a sua música mais versátil e inovadora comparativamente a outras bandas punk do momento, como é o caso do álbum "London Calling". Foram formados em 1976 e durante a maior parte da sua carreira, a banda consistiu dos seguintes membros: Joe Strummer como vocalista principal e guitarra rítmica, Mick Jones na guitarra e vocalista , Paul Simonon como baixista e vocalista e Nicky "Topper" Headon como baterista. Durante o seu percurso obtiveram grande sucesso, primeiro no Reino Unido com o seu álbum de estreia "The Clash" em 1977 e, mais tarde, Dezembro de 1979, com o seu terceiro álbum e o que me vou focar hoje, "London Calling" que levou o seu sucesso além fronteiras, chegando aos EUA dois meses mais tarde. Foi escolhido como o melhor álbum dos anos 80 pela revista Rolling Stone, a mesma revista que os escolheu como o(s) 28º melhor(es) artista(s) de sempre (vale o que vale como é óbvio). Em Janeiro de 2003, a banda foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame.
London Calling
O álbum “London Calling” é definitivamente o expoente da criatividade da banda inglesa, sem nunca deixar de lado os habituais tópicos controversos que envolvem guerras, injustiças sociais e, neste álbum, visões apocalípticas do mundo. A mistura de estilos é de loucos mas não é escolhida ao acaso, é trabalhada inteligentemente sem nunca esquecer as suas origens (punk) e os seus motivos. É importante saber o quão longe pode ir o punk com este álbum. E para todos aqueles que têm estereótipos sobre este estilo musical e até mesmo sobre o mundo punk, estão bem enganados e nada melhor do que editar essas ideias com este fantástico e revolucionário álbum.
Este LP começa com o tema do mesmo nome “London Calling”, com Mick Jones a trabalhar a guitarra de forma a entrar na nossa cabeça para nunca mais sair e a dar continuidade às visões apocalípticas de Strummer, desde eras nucleares à idade do gelo, e gritos que mais se parecem com uivos. Além disso, tópicos como o alto desemprego, conflitos raciais e uso de drogas são abordados. Todos estes factores espalham um ambiente obscuro, surreal e depressivo no tema. E se acham que os temas icónicos se ficam por aqui, enganam-se totalmente. Com pouco mais de uma hora de duração e 19 títulos, a intensidade e diversidade são garantidas neste duplo LP.
Seguem-se músicas como “Jimmy Jazz”, que conta a história de um criminoso, uma personagem fictícia, “Rudie Can't Fail”, o quinto tema do álbum, uma música bastante rica em géneros musicais, conta a história de um jovem que é criticado pela sua incapacidade de agir como um adulto. Também passamos por um lado mais revolucionário onde entram temas como “Spanish Bombs”, invocando a guerra civil Espanhola e todos os seus efeitos, ataque ao mercado de consumos com “Lost in the Supermarket”, Strummer conta-nos sobre os falhanços da sociedade capitalista em “Clampdown” e “Guns of Brixton”, tema do baixista Paul Simonon, único tema que canta sozinho e aborda o descontentamento com a polícia, recessão, entre outros problemas e que levou às revoltas de Brixton. Para além disso, temos o tema “Death or Glory”, uma das minha favoritas, que me parece ser a música mais rock/ punk deste álbum. Começa com o som progressivo das guitarras, acompanhando a voz de Strummer que conta falhanços passados, que se tornam "apenas mais uma história”. A meio da canção tudo altera, com o frenesim inicial das guitarras a dissipar e Strummer quase que a sussurrar para si próprio, ganhando força e ritmo gradualmente com a bateria a progredir e as guitarras revoltam-se outra vez para no fim se entoar “Death or Glory/ become just another story”. Neste tema, as atenções estão voltadas para as gerações de estrelas de rock anteriores que juraram morrer antes se tornarem velhos.
Apesar de serem bastantes os títulos dignos de menção, estes foram os que mais despertaram a minha atenção e critica musical. Mas é sempre bom relembrar a consistência apresentada durante o álbum todo. Todos os temas são especiais à sua própria maneira, com estilos enriquecedores, novos géneros explorados, letras controversas e desafiantes. Resumindo, esta é a receita para um álbum intemporal, listado sempre nos lugares cimeiros de qualquer lista dos melhores álbuns de sempre, mostrando a todo o mundo que os Clash faziam muito mais (e bem) do que apenas punk.
Podem observar que deixei as músicas como ligações para ser mais prático. Se quiserem ouvir o álbum na íntegra basta pesquisarem no youtube o nome da banda e álbum + "full album". Se apreciarem, suportem os artistas comprando o álbum.
Bem, hoje tenho o prazer de vos trazer a primeira "review" de um livro e, ao mesmo tempo, de um filme. A obra-prima americana "Por favor, não matem a cotovia" ("To Kill a Mockingbird"), escrita por Harper Lee.
O livro foi publicado em 1960, adaptado para o cinema dois anos mais tarde. Foi um sucesso imediato e inesperado para a sua autora, pois esperava "uma rápida e misericordiosa morte às mãos dos críticos". Embora a sua carreira literária comece e acabe com este romance, arrecadou o prémio Pullitzer. Desde então, a obra tornou-se um clássico da literatura americana, estudado nas escolas espalhadas por todos os estados Americanos e pelo mundo. Foi também adaptado para os ecrãs em 1962, onde ganhou três Óscares.
LIVRO
(Imagem retirada do site wook e aqui está o link para o livro.)
Acabei de ler este clássico há 3 meses se a memória não me falha e devo confessar que foi um dos melhores livros que li até hoje. Um romance sulista cheio de lições para a vida, abordando os mais variados tópicos como racismo, violação, compaixão e tolerância.
A história é narrada através da visão inocente de uma criança, Jean Louise Finch, mais conhecida por Scout, que conta as suas aventuras, com o seu irmão Jem e com Dill, um amigo recente, na pacata cidade de Maycomb, Alabama. Inicialmente, a história desenvolve-se com o mistério de "Boo" Radley, um vizinho desconhecido, que nunca sai de casa. As crianças tentam saber mais sobre o Sr. Radley, com bastante precaução e medo, mas muita curiosidade, depois de ouvirem histórias horríveis sobre "Boo" e, portanto, planeiam como conseguir que ele deixe a sua casa para o verem em pessoa. Na minha opinião, a grande personagem deste romance é o pai de Scout e Jem, um advogado de meia idade e viúvo chamado Atticus Finch. É este senhor que mudará as mentalidades dos seus filhos e, se os leitores permitirem, de todos aqueles que leiam este livro. A história principal da obra é desvendada quando Atticus é escolhido para defender um negro, chamado Tom Robinson, de um crime de violação a uma mulher branca. Naquela época, todos os negros eram vistos de lado, apenas e só como empregados e nunca se deveriam misturar com brancos, então a sua defesa será uma tarefa muito complicada. Enquato Atticus tem de preparar a defesa em tribunal, Scout e Jem debatem-se com olhares desconfiados e insultos dos seus colegas de escola, dizendo que o seu pai é um "amigo de pretos" e caberá a Atticus ajudar os seus filhos a superarem este desafio.
Não quero revelar muito mais pois a história não teria o mesmo o impacto sobre o leitor, além disso escreveria um texto ainda mais longo e muito aborrecido. Para comentários finais gostaria de mencionar os factores que mais me agradaram neste livro. Começando com o grande talento para contar histórias de Harper Lee. Uma história trágica assume contornos "leves" e torna-se sem dúvida hilariante vista através de uma criança, porém podemos observar bastantes momentos irónicos bem como satíricos, como a sua primeira ida à escola e o dia do julgamento. Foi com esta obra que encontrei uma personagem que me marcou e influenciou para me tornar uma melhor pessoa e tenho a certeza que não sou nem serei o único com a mesma opinião. Atticus Finch é para mim a melhor personagem da literatura e do cinema. Os seus conselhos, a sua compaixão, a sua tolerância, resumindo todas as suas virtudes devem ser vistas como um exemplo a seguir.
Citação: "Nunca conseguirás compreender totalmente uma pessoa se não vires as coisas do seu ponto de vista, se não fores capaz de te colocar na pele dessa pessoa e aí permanecer um bocado." - Atticus Finch.
FILME
(Imagem retirada da wikipedia)
O filme, tal como o livro, é considerado um dos melhores de todos os tempos, mesmo sendo de 1962 e a preto e branco. Prova disso são os três Óscares arrecadados, acrescentando mais oito nomeações. Como já falei bastante sobre a história e já acho este post bastante grande, ficarei pela minha opinião sobre os atores e a sua adaptação para o cinema.
Em primeiro lugar, devo mencionar Gregory Peck, no papel de Atticus, com uma grande representação do personagem mais importante do filme. Depois de lermos o livro e quando direcionamos a nossa atenção para o filme, o Atticus da nossa imaginação é exactamente igual ao papel interpretado por Peck, foi o perfeito encaixe. Especialmente a cena do julgamento onde podemos ver Peck no seu melhor. Uma atuação genial que lhe presenciou com um Óscar para melhor actor. Menção especial para outro papel bem desempenhado, desta vez por Mary Badham na pele de Scout. Tudo se encaixa, a sua pronuncia sulista carregada, a forma de agir e pensar de uma "maria-rapaz", a mesma visão da menina inocente que encontramos no livro. Um bom trabalho com a escolha dos actores. A recreação da cidade que visualizamos mentalmente está muito boa e a história quase sempre fiel ao livro. Embora deixando de fora alguns pormenores que ajudariam a uma melhor compreensão da história, no geral, o director do filme, Robert Mulligan e, o responsável pela adaptação do guião, Horton Foote fizeram um fantástico trabalho. Sem dúvida um filme para ver e rever! (Review no site Rotten Tomatoes.)
Resumindo, uma perfeita combinação. Um dos livros que devemos ler antes de morrermos e um dos melhores filmes adaptados de um livro de sempre.
Neste blogue falarei bastante sobre livros e filmes e para dar uma pequena introdução, começarei por falar num debate bastante comentado ao longo dos tempos. Tentarei ser o mais imparcial possível e não deixar a minha paixão pela literatura levar a melhor. Qual o melhor, livros ou filmes?
(Todos os créditos da imagem para o site Funnyjunk.com)
Legenda: Não tenho a certeza se deveria ler o livro e estragar o filme ou ver o filme e arruinar o livro.
1. Ver um filme adaptado de um livro nunca será tão enriquecedor como ler o próprio livro primeiro. Por melhor que seja o elenco escolhido, o seu diretor e outros elementos, raramente o filme pode substituir o livro. É durante a leitura que nós visualizamos (mentalmente) toda a história, desde personagens a paisagens e momentos escaldantes a cenas dramáticas. O filme tem por objetivo dar vida a essa história para que possa ser apreciada por todos. Mas também não podemos esquecer um ponto bastante importante, a interpretação do livro e a sua adaptação para os grandes ecrãs é diferente de pessoa para pessoa. Por fim, não podem acreditar que no espaço de 1:30-3h possam ver toda a história e detalhes reproduzidos no grande ecrã. Simplesmente não é possível, daí a necessidade da sua adaptação para o cinema.
2. Indiscutivelmente, é muito mais prático e rápido ver um filme. É verdade que existem pessoas que podem ler livros a um ritmo bastante elevado para acabar em dois dias ou até mesmo em um dia. Mas fora essas pessoas, a média deve ser de duas semanas a um mês (corrijam-me se estiver enganado). Ora bem, como já mencionei mais acima, um filme demora entre 1:30-3h. Antigamente era capaz de argumentar esta vantagem com "mas eu posso levar o livro para qualquer lado e o filme não", mas atualmente podemos ver os filmes através dos mais variados dispositivos portáteis e até mais práticos do que carregar um livro, claro que também podemos ler através desses mesmos dispositivos, mas não é assim tão diferente, aliás até acho bastante mais desconfortável.
3. Em tempos de crise, ver apenas o filme sai mais barato. É verdade que alguns livros são mais baratos que os respetivos filmes, comparativamente aos DVDs Blu-Ray, 90% dos livros são mais baratos, especialmente se comprarmos em Inglês (versão original), mas quanto às salas de cinema ou alugar o filme no conforto do nosso sofá, não há como competir. Na minha pesquisa, a média do preço do bilhete na sala de cinema custa 5 euros e se alugarmos na box (Nos e Meo) fica pelos 4 euros. Claro que podemos recorrer a formas ilícitas de ver o filme mas não quero misturar nem acho o momento oportuno para discutir questões éticas neste post (talvez para uma discussão futura).
Aqui deixo de fora a possibilidade de ir à biblioteca, já que podemos ler livros de graça, mas também podemos alugar filmes de graça, pelo menos na biblioteca que costumo frequentar. Além disso, nem sempre temos acesso aos livros/ filmes mais recentes.
4. Um filme pode "destruir" a leitura. Embora este ponto vá de encontro com o primeiro, queria deixar os livros bem vistos (lá se foi a imparcialidade). Em primeiro lugar, em caso de dúvida, deixem o filme para último. Prometo que a vossa satisfação vai ser 10x maior do que o caso inverso. Ver o filme e depois ler o livro vai arruinar a história, acreditem meus caros leitores. Os pormenores que distinguem o livro do filme e tornam a história tão enriquecedora vão parecer supérfluos aos nossos olhos e a história no geral não conseguirá ter o mesmo impacto na nossa imaginação. Arruinará a leitura e a nossa crítica ao livro. Para não dizer que torna aborrecida a leitura pois já sabemos o que esperar. Quanto à situação inversa, dificilmente arruinamos o filme pois é quase como vermos as nossas expectativas, os nossos devaneios transferidos e reproduzidos num ecrã. Por fim, podemos avaliar muito melhor um filme e sermos mais críticos em relação ao mesmo, além disso os nossos graus de exigência vão ser maiores e portanto maior a satisfação quando encontrarmos aquele filme que esteve à altura ou até mesmo ultrapassou o seu respetivo livro (se é que existe algum).
Estão de acordo com os pontos que referi acima? Acham que me escapou algum motivo para escolher livros sobre filmes ou vice-versa? Comentem e deixem a vossa opinião, adoro ler e responder a todos. O que seria um blogue sem opinantes com quem concordar ou discordar.
Tenho observado que um dos tópicos mais abordados nos últimos dias é da nova mudança do sapo blogs. Infelizmente, por mais gustasse de dar a minha opinião sobre uma e outra versão, só conheço este mundo dos blogs há pouco mais de 3 dias, no presciso momento em que o sapo mudou o seu visual.
Apesar das minhas limitações descritas acima, posso dar o meu contributo. Em primeiro lugar achei bastante rápido e simples a forma de escolher os templates e a sua personalização. Apesar de rápido e simples, a personalização oferece-nos bastante liberdade para escolhermos a cor de praticamente tudo o que apareça no blogue, links para redes sociais e mail, criar atalhos para facilitar a navegação no blogue, etc. Para ser sincero não aprofundei muito mais a personalização do blogue, pois o meu ainda está muito "verde". Também reparei que a segurança/ privacidade está muito nas mãos do autor, com a possibilidade de tornar o seu blogue completamente privado ou então aberto ao público. Além disso, podemos permitir que o nosso blogue apareça em vários motores de pesquisa. Esta opção (segurança/ privacidade) poderá ser bastante útil para alguns utilizadores, mas quando eu penso em criar um blogue, penso em partilhar os meus pensamentos e gostos com quem estiver interessado, seja ele conhecido ou não e acho que grande parte das pessoas pensa da mesma forma. Portanto esta opção nao faz muito sentido na minha opinião. Na área da edição de posts, gostei da adição da opção para expandir o ecrã e também parece que existem mais algumas funcionalidades que ainda desconheço. Para finalizar, acho muito prático a opção "leituras", que nos permite guardar e ler os nossos blogues favoritos.
Deixem as vossas opiniões sobre o que acham do novo sapo blogs, mesmo que ainda sejam novos neste universo de blogues.
P.S.: Como já reparei pelo meu primeiro post que isto está a abarrotar de visitas e de coments, vou ter de ir à caça de leitores. Mas vou deixar esse trabalho para amanhã, bem como um novo post sobre a relação entre filmes e livros.
Posso considerar este primeiro post, uma apresentação minha bem como do blog e do que vou escrever.
Em primeiro lugar, chamo-me João, sou estudante, mas de momento inativo, à espera de voltar o mais depressa possível aos estudos e ao convívio com os amigos. Enquanto não volto, decidi criar este blog para me ajudar na solidão, a partilhar as minhas experiências, gostos, a interagir com pessoas fantásticas (no primeiro post a dar graxa aos leitores?), a melhorar a minha escrita, pois é a primeira vez que escrevo para um público e para me ajudar a crescer como pessoa.
Quanto ao que vou escrever, isso é uma incógnita até para mim. Acredito que vou escrever sobre tudo o que achar relevante para discutir com os leitores, sobre Portugal e o Mundo, e sobre tudo o que sou apaixonado. Portanto podem esperar muitas "reviews" de livros, filmes, séries e musica. Não consigo viver sem livros ou múscia, portanto é provável que sejam dos tópicos mais abordados.
Não quero revelar muito mais sobre mim, mas decerteza que, gradualmente, iram ficar a saber mais sobre mim.