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O melhor álbum que vocês nunca ouviram!

por PlumeInAbyss, em 25.01.15

Já ouviram falar nos Beatles, Smiths, Oasis ou Stone Roses? Tenho a certeza que sim. Agora, indago se vocês, caros leitores, já ouviram Shack? Tenho quase a certeza que não. Mas não é culpa vossa, já que esta banda foi esquecida no tempo, em parte pelo azar que enfrentaram e pelo vício da heroína do seu vocalista.

 

 Os Shack são uma banda Inglesa formada em Liverpool em 1987. Originalmente, a banda era formada por Mick Head (vocalista/ guitarrista), o seu irmão John Head (guitarra), Justin Smith (baixista) e Mick Hurst (bateria). Os dois irmãos já vinham de um projeto em conjunto, os The Pale Fountains, que apesar das críticas muito positivas aos seus dois álbuns não conseguiram muito sucesso. A banda acabou em 1986.

 

 

 Os Shack lançaram o seu primeiro álbum, Zilch em 1988, mas não obteve muita atenção, nem dos críticos nem a nível comercial. Passados 3 anos, a banda Inglesa volta com um novo trabalho, o álbum que apresento hoje, Waterpistol. Na minha humilde opinião este álbum é um clássico desconhecido, uma obra-prima perdida no tempo. Infelizmente, depois de completa a gravação do álbum, o estúdio Star Street ardeu por completo e a maior parte das gravações foram destruídas. O único detentor de uma gravação de áudio era o produtor Chris Allison, mas deixou a sua cópia num carro alugado. O disco só foi encontrado semanas depois, por esta altura já o álbum estava sem uma distribuidora e a banda acabou por se separar, com Mick Head a enfrentar uma grande depressão e abuso de drogas. Só em 1995 é que o álbum foi lançado pela produtora independente Alemã, Marina. O álbum foi alvo de mais um novo lançamento em 2007. Depois, os dois irmãos seguiram em frente com um novo projeto Michael Head and The Strands e com um novo álbum, The Magical World of The Strands em 1996.

 

Depois de todos os altos e baixos, os Shack voltaram a reunir-se para mais dois álbuns e uma compilação dos maiores exitos. Um desses álbuns é outro clássico, H.M.S. Fable, lançado em 1999. Mais uma pérola para analisar num futuro não muito distante.

 

Waterpistol: A obra de arte dos Shack

Todas as 12 músicas que compõem este álbum foram escritas pelo vocalista Michael Head. Não admira que lhe chamem um "génio perdido, um dos mais talentosos da sua geração.". O álbum é composto por músicas cheias de sentimentos depressivos (Michael Head), com a energia e musicalidade pop que fazem lembrar uma versão mais light e fresca dos Beatles. Esta pérola foi feita para os amantes do pop rock e mesmo aqueles que não são adeptos do estilo vão ficar encantados e maravilhados.

 

 

 Músicas como "Undecided" e "London Town" são um perfeito exemplo das baladas melancólicas que refletem os sentimentos dolorosos de Michael Head. A forma melodiosa de cantar, sem esquecer todos os "la la la la" e "na na na na" sempre acompanhados pelas guitarras, por vezes discretas mas sempre em harmonia com a balada. "Mood of the Morning" e "Hey Mama" também se destacam pelo registo mais alegre e rítmico. Dignas também de atenção são músicas como "Dragonfly" e "Stranger" que transmitem um ambiente escuro e depr

 

essivo mas ao mesmo tempo de uma certa nostalgia, um sentimento leve de alegria antes de ser engolido outra vez pela escuridão. Por fim, "Sgt Major" é um clássico muito mais animado, mas nunca perdendo o toque melódico da voz de Michael. Foi a primeira vez que ouvi Shack, foi amor à primeira vista com este álbum e com esta magnifica banda perdida na sorte de um destino sombrio.

 

 Recomendo muito que ouçam Shack e o seu álbum "perdido", Waterpistol. Aqui ficam "Sgt Major" e "Stranger":

 

 

 

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"Je suis Charlie!"

por PlumeInAbyss, em 11.01.15

 "Je suis Charlie.", provavelmente a frase mais usada na última semana em todo o mundo. O que representa? Representa o respeito, admiração por uma redação de cartoonistas que faziam bom ou mau uso (fica ao critério de cada um) de um valor que conquistamos ao longo dos anos, anos preenchidos por batalhas sangrentas, revoltas, avanços e recuos no poder para que no fim seja simplesmente manchada e desvalorizada por um grupo de extremistas que acham que a execução fria e sem escrúpulos de mais de uma dezena de civis e polícias é a única forma de vingar o seu profeta, mas para ser sincero, duvido que esta palavra esteja no vocabulário de um profeta ou de uma divindade. Minto, vingança é bastante usada para definir quais são os pecados a evitar neste mundo, mas cada um interpreta as escrituras sagradas como quiser ou então deixa que alguém incute na sua cabeça, já mais que lavada, com ideias completamente opostas ao que o profeta pretende transmitir. Se não for este o caso, por porque é que há tantos e tantos muçulmanos, espalhados pelo mundo, e apenas uma porção acha que a sua religião deve ser defendida a matar e a defender sabe-se lá o quê.

 

 Bem, mas não me quero alongar, pois nunca na minha vida li tantos jornais (até as letras pequenas foram completamente esmiuçadas) sobre o ato terrorista. A Europa está a atravessar uma crise económica, mas com esta vingança finalmente vai focar-se a sua atenção na área política e promete haver grandes mudanças! Penso que o mais curioso e emocionante é ver como reage a Europa, especialmente quando partidos de extrema direita ganham força, momento mais pertinente era impossível para levarem as suas ideias para todo o país e mundo com a máxima influência. Na minha opinião, não gosto da ideia destes partidos pois não vai ser a expulsar pessoas de religiões diferentes, apontadas como possíveis ameaças à segurança, que os ataques cessarão, que o ódio e a vingança se extinguirão ... não, depois de tantos anos de evolução só vejo o mundo moderno retroceder.

 

 Em resumo, arrepiou-me ver tanta gente a homenagear as vítimas mas, acima de tudo, a defender o direito à livre expressão. Neste espaço que o sapo dispõem para todos criarmos um mundo alicerçado pelas nossas palavras e imagens, independentemente do que escrevemos e que opiniões defendemos, sabemos que este direito é muito importante e em alturas como estas não devemos esconder os nossos sentimentos e a nossa coragem, a união faz a força. Este ato de violência é prova que palavras não matam mas causam medo e danos duradouros. Palavras e imagens são à prova de bala, infelizmente não posso dizer o mesmo dos seus autores, mas nas suas obras permanecerá o seu testamento para o mundo, as suas memórias e as suas ideias. Este direito nunca será apagado, podem abalar a sua existência mas tenho a certeza que a liberdade não se perderá, aliás tenho esperanças que chegue aos pontos mais "inacessíveis" do planeta nos próximas décadas.

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