Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]


Por favor, não matem a cotovia.

por PlumeInAbyss, em 10.10.14

Bem, hoje tenho o prazer de vos trazer a primeira "review" de um livro e, ao mesmo tempo, de um filme. A obra-prima americana "Por favor, não matem a cotovia" ("To Kill a Mockingbird"), escrita por Harper Lee.

 

O livro foi publicado em 1960, adaptado para o cinema dois anos mais tarde. Foi um sucesso imediato e inesperado para a sua autora, pois esperava "uma rápida e misericordiosa morte às mãos dos críticos". Embora a sua carreira literária comece e acabe com este romance, arrecadou o prémio Pullitzer. Desde então, a obra tornou-se um clássico da literatura americana, estudado nas escolas espalhadas por todos os estados Americanos e pelo mundo. Foi também adaptado para os ecrãs em 1962, onde ganhou três Óscares.

 

LIVRO

 

image.jpg(Imagem retirada do site wook e aqui está o link para o livro.)

 Acabei de ler este clássico há 3 meses se a memória não me falha e devo confessar que foi um dos melhores livros que li até hoje. Um romance sulista cheio de lições para a vida, abordando os mais variados tópicos como racismo, violação, compaixão e tolerância.

A história é narrada através da visão inocente de uma criança, Jean Louise Finch, mais conhecida por Scout, que conta as suas aventuras, com o seu irmão Jem e com Dill, um amigo recente, na pacata cidade de Maycomb, Alabama. Inicialmente, a história desenvolve-se com o mistério de "Boo" Radley, um vizinho desconhecido, que nunca sai de casa. As crianças tentam saber mais sobre o Sr. Radley, com bastante precaução e medo, mas muita curiosidade, depois de ouvirem histórias horríveis sobre "Boo" e, portanto, planeiam como conseguir que ele deixe a sua casa para o verem em pessoa. Na minha opinião, a grande personagem deste romance é o pai de Scout e Jem, um advogado de meia idade e viúvo chamado Atticus Finch. É este senhor que mudará as mentalidades dos seus filhos e, se os leitores permitirem, de todos aqueles que leiam este livro. A história principal da obra é desvendada quando Atticus é escolhido para defender um negro, chamado Tom Robinson, de um crime de violação a uma mulher branca. Naquela época, todos os negros eram vistos de lado, apenas e só como empregados e nunca se deveriam misturar com brancos, então a sua defesa será uma tarefa muito complicada. Enquato Atticus tem de preparar a defesa em tribunal, Scout e Jem debatem-se com olhares desconfiados e insultos dos seus colegas de escola, dizendo que o seu pai é um "amigo de pretos" e caberá a Atticus ajudar os seus filhos a superarem este desafio.

Não quero revelar muito mais pois a história não teria o mesmo o impacto sobre o leitor, além disso escreveria um texto ainda mais longo e muito aborrecido. Para comentários finais gostaria de mencionar os factores que mais me agradaram neste livro. Começando com o grande talento para contar histórias de Harper Lee. Uma história trágica assume contornos "leves" e torna-se sem dúvida hilariante vista através de uma criança, porém podemos observar bastantes momentos irónicos bem como satíricos, como a sua primeira ida à escola e o dia do julgamento. Foi com esta obra que encontrei uma personagem que me marcou e influenciou para me tornar uma melhor pessoa e tenho a certeza que não sou nem serei o único com a mesma opinião. Atticus Finch é para mim a melhor personagem da literatura e do cinema. Os seus conselhos, a sua compaixão, a sua tolerância, resumindo todas as suas virtudes devem ser vistas como um exemplo a seguir.

 

Citação: "Nunca conseguirás compreender totalmente uma pessoa se não vires as coisas do seu ponto de vista, se não fores capaz de te colocar na pele dessa pessoa e aí permanecer um bocado." - Atticus Finch.

 

FILME

 (Imagem retirada da wikipedia)

 

 O filme, tal como o livro, é considerado um dos melhores de todos os tempos, mesmo sendo de 1962 e a preto e branco. Prova disso são os três Óscares arrecadados, acrescentando mais oito nomeações. Como já falei bastante sobre a história e já acho este post bastante grande, ficarei pela minha opinião sobre os atores e a sua adaptação para o cinema.

Em primeiro lugar, devo mencionar Gregory Peck, no papel de Atticus, com uma grande representação do personagem mais importante do filme. Depois de lermos o livro e quando direcionamos a nossa atenção para o filme, o Atticus da nossa imaginação é exactamente igual ao papel interpretado por Peck, foi o perfeito encaixe. Especialmente a cena do julgamento onde podemos ver Peck no seu melhor. Uma atuação genial que lhe presenciou com um Óscar para melhor actor.  Menção especial para outro papel bem desempenhado, desta vez por Mary Badham na pele de Scout. Tudo se encaixa, a sua pronuncia sulista carregada, a forma de agir e pensar de uma "maria-rapaz", a mesma visão da menina inocente que encontramos no livro. Um bom trabalho com a escolha dos actores. A recreação da cidade que visualizamos mentalmente está muito boa e a história quase sempre fiel ao livro. Embora deixando de fora alguns pormenores que ajudariam a uma melhor compreensão da história, no geral, o director do filme, Robert Mulligan e, o responsável pela adaptação do guião, Horton Foote fizeram um fantástico trabalho. Sem dúvida um filme para ver e rever! (Review no site Rotten Tomatoes.)

 

Resumindo, uma perfeita combinação. Um dos livros que devemos ler antes de morrermos e um dos melhores filmes adaptados de um livro de sempre.

Autoria e outros dados (tags, etc)


Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.



Mais sobre mim

foto do autor




Arquivo

  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2014
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D