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The Clash Calling

por PlumeInAbyss, em 23.10.14

Saudações leitores, hoje escrevo a minha primeira "review" de um álbum, um dos meus favoritos de todos os tempos produzido por uma das minha bandas de eleição, The Clash.

 

Para começar, gostava de orientar todos aqueles que não conhecem esta banda (deveriam ter vergonha). Os Clash são uma banda punk rock Inglesa, embora o seu estilo tenha evoluído ao longo dos anos e os seus dois primeiros álbuns de estreia sejam os mais punk do seu reportório. Ao longo dos tempos foram acrescentando à sua música estilos como dub, reggae, funk, rockabilly e também podemos encontrar um pouco de country e blues, tornando a sua música mais versátil e inovadora comparativamente a outras bandas punk do momento, como é o caso do álbum "London Calling". Foram formados em 1976 e durante a maior parte da sua carreira, a banda consistiu dos seguintes membros: Joe Strummer como vocalista principal e guitarra rítmica, Mick Jones na guitarra e vocalista , Paul Simonon como baixista e vocalista e Nicky "Topper" Headon como baterista. Durante o seu percurso obtiveram grande sucesso, primeiro no Reino Unido com o seu álbum de estreia "The Clash" em 1977 e, mais tarde, Dezembro de 1979, com o seu terceiro álbum e o que me vou focar hoje, "London Calling" que levou o seu sucesso além fronteiras, chegando aos EUA dois meses mais tarde. Foi escolhido como o melhor álbum dos anos 80 pela revista Rolling Stone, a mesma revista que os escolheu como o(s) 28º melhor(es) artista(s) de sempre (vale o que vale como é óbvio). Em Janeiro de 2003, a banda foi introduzida no Rock and Roll Hall of Fame.

 

London Calling

TheClashLondonCallingalbumcover

 

O álbum “London Calling” é definitivamente o expoente da criatividade da banda inglesa, sem nunca deixar de lado os habituais tópicos controversos que envolvem guerras, injustiças sociais e, neste álbum, visões apocalípticas do mundo. A mistura de estilos é de loucos mas não é escolhida ao acaso, é trabalhada inteligentemente sem nunca esquecer as suas origens (punk) e os seus motivos. É importante saber o quão longe pode ir o punk com este álbum. E para todos aqueles que têm estereótipos sobre este estilo musical e até mesmo sobre o mundo punk, estão bem enganados e nada melhor do que editar essas ideias com este fantástico e revolucionário álbum.

 

Este LP começa com o tema do mesmo nome “London Calling”, com Mick Jones a trabalhar a guitarra de forma a entrar na nossa cabeça para nunca mais sair e a dar continuidade às visões apocalípticas de Strummer, desde eras nucleares à idade do gelo, e gritos que mais se parecem com uivos. Além disso, tópicos como o alto desemprego, conflitos raciais e uso de drogas são abordados. Todos estes factores espalham um ambiente obscuro, surreal e depressivo no tema. E se acham que os temas icónicos se ficam por aqui, enganam-se totalmente. Com pouco mais de uma hora de duração e 19 títulos, a intensidade e diversidade são garantidas neste duplo LP.

 

Seguem-se músicas como “Jimmy Jazz”, que conta a história de um criminoso, uma personagem fictícia, “Rudie Can't Fail”, o quinto tema do álbum, uma música bastante rica em géneros musicais, conta a história de um jovem que é criticado pela sua incapacidade de agir como um adulto. Também passamos por um lado mais revolucionário onde entram temas como “Spanish Bombs”, invocando a guerra civil Espanhola e todos os seus efeitos, ataque ao mercado de consumos com “Lost in the Supermarket”, Strummer conta-nos sobre os falhanços da sociedade capitalista em “Clampdown” e “Guns of Brixton”, tema do baixista Paul Simonon, único tema que canta sozinho e aborda o descontentamento com a polícia, recessão, entre outros problemas e que levou às revoltas de Brixton. Para além disso, temos o tema “Death or Glory”, uma das minha favoritas, que me parece ser a música mais rock/ punk deste álbum. Começa com o som progressivo das guitarras, acompanhando a voz de Strummer que conta falhanços passados, que se tornam "apenas mais uma história”. A meio da canção tudo altera, com o frenesim inicial das guitarras a dissipar e Strummer quase que a sussurrar para si próprio, ganhando força e ritmo gradualmente com a bateria a progredir e as guitarras revoltam-se outra vez para no fim se entoar “Death or Glory/ become just another story”. Neste tema, as atenções estão voltadas para as gerações de estrelas de rock anteriores que juraram morrer antes se tornarem velhos.

Apesar de serem bastantes os títulos dignos de menção, estes foram os que mais despertaram a minha atenção e critica musical. Mas é sempre bom relembrar a consistência apresentada durante o álbum todo. Todos os temas são especiais à sua própria maneira, com estilos enriquecedores, novos géneros explorados, letras controversas e desafiantes. Resumindo, esta é a receita para um álbum intemporal, listado sempre nos lugares cimeiros de qualquer lista dos melhores álbuns de sempre, mostrando a todo o mundo que os Clash faziam muito mais (e bem) do que apenas punk.

 

Podem observar que deixei as músicas como ligações para ser mais prático. Se quiserem ouvir o álbum na íntegra basta pesquisarem no youtube o nome da banda e álbum + "full album". Se apreciarem, suportem os artistas comprando o álbum.

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